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terça-feira, 5 de fevereiro de 2019

O escândalo de Bolsonaro coloca o Brasil no limite quando os agricultores estão de olho na floresta Amazônica

por Pepe Escobar ( publicado com o The Asia Times por acordo especial com o autor)

O escândalo de Bolsonaro coloca o Brasil no limite quando os agricultores observam a floresta Amazônia

Indígenas tomam ruas de São Paulo para exigir demarcação de terras
Indígenas de vários grupos étnicos pedem a demarcação de terras em São Paulo em 31 de janeiro de 2019. Pessoas de todo o mundo se uniram contra as políticas do novo presidente brasileiro, Jair Bolsonaro. Foto: AFP / Cris Faga / NurPhoto

Um espectro assombra as elites brasileiras. Seu nome é Lula - o ex-presidente e, nos últimos nove meses, um dos prisioneiros políticos mais notórios do mundo, dada sua enorme popularidade e a controvérsia sobre sua condenação e encarceramento.
O Brasil, até recentemente um líder do Sul Global, membro do BRICS e oitava maior economia do mundo, continua no limite, depois da presença do presidente Bolsonaro em Davos, além de detalhes dramáticos sobre ligações perigosas entre o clã Bolsonaro e uma das mais notórias gangues criminosas do Rio de Janeiro, sem mencionar o veto da Arábia Saudita às importações brasileiras de carne devido à promessa do novo presidente de transferir a embaixada brasileira para Jerusalém.Tudo isso coloca os holofotes no homem-forte, vice-presidente e general aposentado Hamilton Mourao.


Para os financistas e o poderoso lobby do agronegócio, que desempenhou um papel fundamental em sua eleição, Bolsonaro é um constrangimento e é dispensável. Mourão já disse que o novo ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo - um medíocre diplomata de baixa patente, subserviente de um dos filhos de Bolsonaro - não foi capaz de formular a complexa política externa brasileira.

Além disso, o embaixador alemão Georg Witschel, em uma visita a Mourão, fez questão de salientar que não apenas Berlim, mas autoridades da União Europeia em Bruxelas ficaram chateados ao ver o Brasil liderado por alguém com pouco respeito pelos direitos humanos, bem no meio de negociações para um acordo de livre comércio entre o bloco comercial sul-americano Mercosul e a UE.

A especulação é abundante em São Paulo - a capital financeira da América Latina - de que um lento "golpe suave" pode estar em andamento para remover o novo presidente. Um documentário explosivo está pronto para ser transmitido pela poderosa emissora de TV Rede Globo mostrando, com a ajuda de especialistas americanos, que o “esfaqueamento” sofrido por Bolsonaro em setembro passado, durante sua campanha presidencial, foi na verdade um golpe.

O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe (à direita) e o presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, apertam as mãos antes do encontro durante o Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, em 23 de janeiro de 2019. (O Yomiuri Shimbun)

Tudo isso aponta para um caminho familiar: a extensa negociação entre os militares e o império da mídia a Globo, que apoiou ferozmente o golpe de 1964, ao lado de Washington, que levou a uma ditadura militar de 21 anos. Isso levou à especulação sobre se Mourão pode emergir como presidente.

Nesse caso, a pacificação das massas pode até envolver a libertação de Lula da prisão para alguma forma de prisão domiciliar, em benefício da reconciliação nacional. Mas tudo isso acontece em meio a conversas sobre mais privatização de entidades estatais.

Então, como chegamos a isso?



Fora com os 'comunistas'

O pai do general Mourão foi um jogador importante no golpe de 1964. E seu filho Hamilton Mourão sempre foi um forte adversário dos dois presidentes Lula e Dilma Rousseff. Em 2017, ele disse que já era hora de um novo golpe militar. Imediatamente após a vitória de Bolsonaro-Mourão, ele jurou que o presidente venezuelano Nicolas Maduro seria derrubado e o Brasil enviaria uma força de “paz”. Bolsonaro foi até forçado a enfatizar que Brasília não estava planejando uma guerra contra Caracas.

O presidente interino brasileiro, general Hamilton Mourão, deixa o prédio da vice-presidência em Brasília, no dia 23 de janeiro de 2019. Mourão assumiu como presidente interino na última segunda-feira na ausência do presidente Jair Bolsonaro, que viajou para Davos, na Suíça, para participar do Fórum Econômico Mundial. Foto: ERNESTO RODRIGUES / ESTADÃO CONTEÚDO

As forças armadas brasileiras devem ser vistas de um ângulo de “terrorismo nunca mais”. O site Ternuma afirma como os "comunistas", após o fim da ditadura militar em 1985, foram transformados de "criminosos" em "heróis" e de "terroristas" em "idealistas políticos", sempre saudados pela mídia. A “democracia” brasileira é descartada e imposta, refém da “falsa política dos direitos humanos”; e os sem-teto e os sem-terra são devidamente criminalizados.

Este ódio de todas as vertentes da esquerda se mistura com o lema “o Brasil acima de tudo, Deus acima de tudo” - que por acaso era o mantra de campanha de Bolsonaro, apropriado da Brigada de Para-quedistas do Exército. Tanto Bolsonaro quanto Mourão são ex-para-quedistas.

Claudio Casali, um coronel, explicou como o lema - ressurgido nos últimos anos - foi cunhado em 1968 por um grupo de para-quedistas nacionalistas, quando a ditadura militar foi contra o setor cultural e a mídia.

O lema se espalhou como fogo nos bairros militares, mais uma vez, durante o primeiro mandato de Dilma Rousseff, que foi forçada a nomear o ex-ministro de Relações Exteriores de Lula, Celso Amorim, recentemente entrevistado pelo Asia Times , como ministro da Defesa, para tentar apagar o fogo político.

19 de dezembro de 2018, Brasil, Curitiba: Os defensores do ex-presidente brasileiro Lula da Silva participam de uma manifestação pela sua libertação. Um juiz do Tribunal Constitucional Federal O STF decidiu em 19.12.2018 que as pessoas que haviam sido condenadas a penas de prisão em segunda instância deveriam ser libertadas novamente. Em 2018, Lula foi condenado a mais de doze anos em segunda instância por corrupção e lavagem de dinheiro. Em agosto de 2018, o Supremo Tribunal Eleitoral proibiu-o de se candidatar pelo Partido dos Trabalhadores(PT) na eleição presidencial. Foto: Henry Milleo / dpa

Mesmo antes da reeleição de Dilma no final de 2014, Bolsonaro visitou a elite da Academia Militar das Agulhas Negras, prometendo “consertar” o Brasil. Toda a cadeia de comando militar apoiou-o entusiasticamente.

Destaque na floresta amazônica

O que os militares brasileiros realmente acham é evidente em seu site , estritamente ligado a um poderoso grupo de generais - entre eles Augusto Heleno, Eduardo Villas-Boas, Sergio Etchegoyen e Mourão. O atual comandante das forças terrestres brasileiras é o padrinho de Etchegoyen. Essa elite militar conceitualiza como o Exército brasileiro será atualizada sob o governo de Bolsonaro e até mesmo consegue virar a teoria da Guerra Híbrida de cabeça para baixo , analisando como os "comunistas" lucraram com suas técnicas.

O que aconteceu foi que o “golpe” de 2016/18 no Brasil revelou-se a forma mais sofisticada de Guerra Híbrida já implantada pelo poder judiciário-policial-militar e seus aliados financeiros, empresariais e midiáticos, levando ao impeachment da Presidente Dilma sobre acusações frágeis e Lula preso sem provas concretas de corrupção.

O debate intelectual nas academias militares brasileiras previsivelmente espelha o dos EUA, incluindo a reapropriação da MOUT - Operações Militares no Terreno Urbanizado, como planejada pela Rand Corporation - e aplicada pelo exército da NATO do Presidente Macron contra as manifestações Gilet Jaunes ou Coletes Amarelos na França .

Agora podemos estar entrando em uma nova e perigosa fase da Guerra Híbrida - como os militares brasileiros a interpretam. Discuti isso extensivamente com um dos maiores especialistas do Brasil, o antropólogo de guerra Piero Leirner, professor da Universidade Federal de São Carlos. Leirner me contou como os militares realmente acreditam que devem “militarizar” os fazendeiros para combater uma aliança guerrilheira do Partido dos Trabalhadores e do sindicato de contrabando do PCC - uma noção absolutamente espúria.

A principal latitude a observar é uma região que sai diretamente de Joseph Conrad, ao redor de São Gabriel da Cachoeira, na margem norte do Rio Negro, o terceiro maior município do Brasil, e o segundo maior no imenso estado do Amazonas.

Imagine uma poderosa torre de vigilância coberta por densas florestas tropicais a não mais de 1.100 km da capital do estado, Manaus. Crucialmente, a alta área do Rio Negro está muito próxima das fronteiras colombiana e venezuelana. Há uma brigada do exército solitária no local; não é exatamente o material certo para uma "invasão" da Venezuela. Além disso, a selva é implacável - apenas a implantação aérea é viável.


E, no entanto, para os militares, essa última fronteira desolada poderia ser transformada em um dos Bálcãs brasileiros. Por quê? Porque poderia envolver confrontos em terras florestais que provavelmente estimulariam o conflito com os indígenas Yanomami.

Indígenas de vários grupos étnicos protestam pedindo demarcação de terras durante o encerramento do 'Janeiro Vermelho - Sangue Indígena', na Avenida Paulista, em São Paulo, Brasil, em 31 de janeiro de 2019. Pessoas de todo o mundo protestam contra as anti Políticas indígenas do novo presidente brasileiro Jair Bolsonaro. (Foto de Cris Faga / NurPhoto)

Leirner diz que as forças armadas parecem estar preparando as bases para a ocupação dessas florestas virgens por poderosos fazendeiros gaúchos do sul do Brasil - em sintonia com as promessas de campanha de Bolsonaro de abrir a Amazônia ao agronegócio, para o horror dos ambientalistas em todo o mundo. Mega gestores de ativos - BlackRock, State Street e Vanguard - são os principais acionistas dos cinco maiores agronegócios que já trabalham na Amazônia.

Todas as botas no convés

Além da Amazônia, os militares brasileiros, em sua esfera de influência geopolítica do Atlântico Sul, continuarão projetando poder nos Andes, na África e no Caribe. O general Heleno foi enviado ao Haiti como comandante das forças de paz da ONU. Ele também foi o maior comandante da floresta amazônica.

Os principais generais têm cargos ministeriais importantes no governo de Bolsonaro. Segundo Leirner, nada menos que 20% do escalão superior está agora totalmente empregado. Nesta quarta-feira, o general Villas-Boas foi nomeado como conselheiro especial de Heleno, o ministro do Gabinete de Segurança Institucional, conhecido por sua sigla GSI. O GSI é o braço da inteligência do governo federal. Heleno é o estrategista chefe de Bolsonaro.

Bolsonaro nunca teve vergonha de defender os crimes da ditadura militar, além de exortar os torturadores conhecidos no Congresso. Sua popularidade e conhecimento de mídia social causaram uma grande impressão entre os principais generais - que o identificaram como o homem perfeito para trazê-los de volta ao poder.

Eles sabiam que Bolsonaro era extremamente falho - e que estar de volta ao controle total seria apenas uma questão de tempo. No entanto, os problemas podem surgir do fato de que, como Leirner enfatiza, Mourão é apenas um técnico, carente do apelo carismático de Bolsonaro.

Os militares brasileiros podem exibir diferentes linhas de nacionalismo, mas todos convergem para um forte corporativismo. A questão é se eles serão capazes de superar a alienação de marca e a mentalidade sub imperial de uma antiga colônia de escravos que ainda não atingiu a consciência hegemônica de sua grandeza como parte de um mundo multipolar emergente.

5 comentários:

  1. Fui petista por acreditar no valor do trabalhador sendo respeitado e valorizado. Mas, vi que o O PT arruinou os direitos do trabalhador e aposentado. Evadiu divisas com o BNDES e tirou do povo inúmeros recursos da saúde, da alimentação , da moradia, do ensino e arruinou a previdência. Foram corruptos e gananciosos apátridas por trás das cortinas. Fizeram o mesmo e ainda mais que os governos anteriores, desmerecendo os intelectuais e os cientistas e empresários brasileiros de boa fé, alimentando a corrupção e impedindo que o povo culto progredisse.Por isto sou apolítico, e antireligioso, mas continuo patriota, nacionalista e conservador: Abaixo o Sistema escravagista e avassalador dos países ricos em matérias primas!

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    1. na verdade a previdência nunca esteve em déficit,a previdência sempre esteve e está no azul,afinal de contas todo mundo é obrigado a pagar,o que acontece é que como tudo no Brasil o intuito é passa-lá para as mãos da iniciativa privada.

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  2. Pepe Escobar como pelego gourmet delira intensamente. Ele é até bom em perscrutar a geopolítica mas quando o assunto é Brasil ele entra em transe e se junta aos seus "camaradas de luta" rumo ao nada onde fica lugar nenhum. Essa "elite" intelectual tupiniquim vivem em um mundo paralelo onde só os seus deuses podem ditar os rumos dos pobres mortais com falsas promessas de fazer dos pobres a imagem e semelhança deles.

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  3. Sr. Pepe Escobar, sinto muito mas preciso te dizer que está redondamente enganado com o Nosso Presidente Jair Messias Bolsonaro, trata-se de um homem honestíssimo tentando resgatar as mazelas do Lula e toda essa esquerda maldita. Assassinaram o País, onde a justiça deixou de ser justiça, e a injustiça imperava. Bolsonaro está tentando colocar o Brasil no lugar de destaque perante a América Latina, coisa que o Lula quase destruiu. Sinto muito, mas precisa rever o seu conceito e o que vc está defendendo.

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  4. bolsonara com sua ideologia cretina simplesmente está conseguindo ser pior que o rato de esgoto temer,ferro totalmente com os parceiros comercias do Brasil e vem entregando tudo a iniciativa privada igual o FHC fez.Não tem plano de governo nenhum e pior,vem mostrando ao mundo como o Brasil é uma republiqueta de bananas...aquele discurso dele em davos foi a maior vergonha que já vi,ridículo!não foi atoa que a banca internacional a qual ele foi mendigar simplesmente deu risada da cara dele,o cara nem mesmo conseguiu responder uma simples pergunta!E eu que pensava que a Dilma era fraca mais esse ai quebro todos os recordes - além de não fazer nada ainda atrapalha tudo.Também existe o fator da corrupção que continua com força total;é só ver deu filho Flávio envolvido até o osso com milicias e grupos de extermínio(inclusivo foi o amigo dele do bope que matou a Marielle)e a volta dos corruptos de sempre do PFL(DEM) rodrigo maia e Renam calheiros(PMDB/MDB),ninguém do governo temer foi preso ainda,nada mudou ,só piorou...Mesmo o PT sendo um partido corrupto como Bolsonaro e sua trupe e tendo uma administração fraca que trai o trabalhador ao invés de priorizá-lo,ele ainda é bem melhor que esses governos mequetrefes neo-liberal da "direita",ele também acabou com os direitos trabalhistas junto a seus aliados golpistas .Mais o fim da picada mesmo é que agora esse idiota quer até mesmo nos meter numa guerra inútil com a Venezuela ,além de se meter em outra nação ,ainda quer impor um golpista igual fizeram aqui com o temer,só que na Venezuela o caso é pior já que o tal guaidó nem mesmo concorreu as eleições!Bolsonaro além de reconhecer o idiota ainda segue com as sanções americanas de bloqueio a Venezuela,enfim,o Brasil como eterna colonia continua lutando pelos interesses dos EUA na América latina.

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