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domingo, 21 de outubro de 2018

Rússia responderia à saída americana do INF inclusive por via militar, diz vice-ministro

Se os EUA continuarem a sair dos acordos bilaterais unilateralmente, a Rússia empreenderá medidas de resposta, inclusive de caráter militar, disse à Sputnik o vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Ryabkov.
Dois submarinos nucleares russos perto de ponte-cais (foto de arquivo)
Mais cedo, o presidente dos EUA, Donald Trump, assegurou que sairia do Tratado INF (Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário), assinado com a parte soviética em 1987, acusando ainda Moscou de violar o documento.


"A questão é grave demais para ser resolvida através de uma polêmica pública. Se os norte-americanos continuarem a agir de modo tão grosseiro e brutal, como já vimos em várias situações, se eles continuarem a sair de tratados, diferentes acordos e mecanismos unilateralmente […] não nos restará nada mais que empreender medidas de resposta, inclusive do caráter técnico militar. Mas não queríamos chegar a esse ponto", comentou.
Ele observou que o caráter grosseiro da política externa estadunidense vem provocando protestos em muitos países e em vastos círculos da comunidade internacional.

"É com preocupação e condenação que consideramos as novas tentativas norte-americanas de chantagear a Rússia e para que ela faça concessões no campo da segurança e estabilidade estratégica internacionais. A parte russa reiterou repetidas vezes que o lado estadunidense não tem nenhuns fundamentos para acusar a Rússia de violar o tratado", adiantou o vice-ministro.

Datado de 1987, o Tratado INF previa a eliminação dos mísseis balísticos e de cruzeiro, nucleares ou convencionais, cujo alcance estivesse entre 500 e 5.500 quilômetros.
Além disso, o acordo permite a qualquer uma das partes inspecionar as instalações militares da outra. De fato, o acordo tem prazo indeterminado, mas qualquer das partes pode rompê-lo caso apresente provas sólidas de violação. Os Estados Unidos e a Rússia já se acusaram repetidamente de violar o tratado.

O presidente russo, Vladimir Putin, disse em dezembro que os Estados Unidos se retiraram de fato do tratado quando implantaram sistemas de lançamento de mísseis na Romênia. Desde então, nas palavras do mandatário russo, o país tem insistido na narrativa de apresentar a Rússia como violadora do tratado e usar isso como pretexto para se retirar do acordo.

'Caos total na área de armas nucleares': senador russo prevê consequências do fim do INF
Base militar americana com armas nucleares (foto de arquivo)
Ao se retirarem do primeiro tratado de redução dos arsenais nucleares, os EUA destroem um dos pilares do equilíbrio estratégico, acredita o chefe do Comitê Internacional do Conselho da Federação (Senado) da Rússia, Konstantin Kosachev.
Na sequência da declaração de Donald Trump em que o presidente estadunidense revelou sua intenção de sair do histórico Tratado INF, o parlamentar russo advertiu que esse passo poderia acarretar consequências catastróficas e aumentar significativamente o risco de conflito nuclear.
"Pois em um conflito nuclear, que estará muito mais próximo após uma saída unilateral dos EUA do Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário, poucos conseguiriam sobreviver", escreveu ele na sua página do Facebook.
De acordo com ele, "não há dúvida nenhuma" que os norte-americanos estão buscando quaisquer oportunidades para destruir o sistema de acordos nucleares elaborado na época da Guerra Fria.
"Os EUA deixaram de precisar da paridade. Os norte-americanos estão visando uma supremacia militar unilateral no campo de armamentos nucleares e convencionais para impor sua vontade e seus interesses ao mundo", opinou o político, observando que esse processo começou ainda em 2002, com a saída do governo de George W. Bush do Tratado sobre Mísseis Antibalísticos e posterior expansão da OTAN.
O parlamentar fez questão de sublinhar que, embora ambas as partes tenham se acusado mutuamente de violar o acordo, as pretensões dos EUA continuam "vagas".
Enquanto isso, Moscou apresenta provas reais dessas violações: instalação dos sistemas de mísseis americanos na Polônia e Romênia, entre muitas outras, inclusive a construção de novos tipos de armamentos nucleares.
Ao falar das possíveis consequências "catastróficas" da saída, sublinhando que isso colocaria em risco toda a humanidade, Kosachev escreveu:
"Primeiro, do ponto de vista militar. Para os EUA será possível colocar mísseis de baseamento terrestre em proximidade imediata das fronteiras russas […] Vale ressaltar que, ao contrário do ano de 1987, se tratará não da Alemanha ou Holanda, mas da Polônia e dos países do Báltico, e isso significa centenas de quilômetros [mais perto] do ponto de vista das ameaças ao nosso território."
Além disso, argumentou, a eliminação desse acordo eliminaria todas as perspectivas de prolongar o tratado START, que expira em 2021, o que já pode acarretar o desmantelamento total do sistema de não proliferação nuclear e a ameaça de "caos total na área de armas nucleares".

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