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sábado, 23 de julho de 2016

O mistério dos Mig-29M que estão sendo produzidos para exportação: fabricante russo esconde o nome do cliente, e Ocidente teme que o destino dos caças seja o Irã

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Bela imagem de um Mig-29 customizado para a venda ao exterior

Por Roberto Lopes

A edição desta quinta-feira (21.07) do jornal moscovita no idioma inglês  The Moscow Times trouxe uma reportagem que pergunta qual será o país que receberá os 46 caças-bombardeiros Mig-29M atualmente em produção na indústria Sokol, de Nizhny Novgorod, para serem exportados.

Em maio do ano passado o diário econômico Vedomosti, também editado na capital russa, revelou que as aeronaves poderiam estar sendo fabricadas por solicitação da Força Aérea do Egito, como parte do pacote de 3,5 bilhões de dólares em armamentos negociado, em abril daquele ano, pessoalmente, pelo presidente russo Vladimir Putin com seu colega egípcio general Abdel al-Sisi.


A exportação dos Mig-29M envolveria um valor na casa dos 2 bilhões de dólares, onde estariam incluídos 92 motores para as aeronaves (dois motores para cada Mig, portanto).

A entrega dos aviões estaria prevista para um período de, aproximadamente, 24 meses, entre o fim de 2016 e dezembro de 2018.

Irã – Mas todas as informações acerca dessa operação parecem ainda muito especulativas.

Se é verdade que a partir de 2014 o general Al-Sisi deu início a um lento processo de afastamento da indústria armamentista dos Estados Unidos, diversificando o seu arsenal com navios de guerra franceses e material alemão para o Exército, também é verdade que a Rússia vem cortejando o Irã – país cuja Aviação Militar, devido aos bloqueios comerciais de fornecedores ocidentais, parou, em termos de tecnologia aeronáutica, 20 anos atrás.
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Mecânico trabalha em um velho F-14 Tomcat, da Aviação Militar Iraniana

E ainda que o recente acordo nuclear fechado pelo governo do Teerã com o Conselho de Segurança das Nações Unidas estipule que os militares iranianos não podem receber armas ofensivas até o ano de 2020, tanto na própria ONU como no âmbito da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) há uma forte preocupação acerca da possibilidade de os iranianos serem os reais compradores dos Mig-29M – que, nessa hipótese, poderiam ser rotulados como “armas defensivas”.

O certo é que as aeronaves russas constituiriam o início da renovação da Aviação de Combate iraniana, cuja eficiência e disponibilidade – em face da obsolescência e desgaste dos antiquados jatos de combate americanos que equipam suas principais unidades aéreas – vêm caindo rapidamente  desde a década passada.

Mercado – O Moscow Times levanta, claro, outras hipóteses.

Uma delas de que os Migs poderiam estar indo para a Síria; ou mesmo para a Índia. Mas essas parecem possibilidades mais remotas.

No caso da Síria porque o país se encontra sob forte vigilância dos Estados Unidos e das potências ocidentais, e no caso da Índia porque a Força Aérea desse país é tradicional cliente da fábrica Sukhoi.

A Força Aérea da China não dá sinais que estaria considerando se equipar com interceptadores multifunção como o Mig-29M. Os chineses tem os seus próprios jatos desse tipo.

Alheia à polêmica sobre o mistério dos Migs, a Aviação egípcia segue se reforçando. Tanto que o próprio governo Barack Obama viu-se forçado a aprovar a venda de uma dúzia de caças F-16 ao governo do Cairo, como forma de não se deixar excluir de um mercado hoje fortemente disputado por fabricantes aeronáuticos da França e da Rússia.

A venda dos Mig-29M representaria um ponto de inflexão na cooperação militar dos russos com os egípcios.
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Nacele de um Mig-29

De acordo com o Instituto de Pesquisa para a Paz de Estocolmo (SIPRI na sigla em inglês), no período de 2014 a 2015 Moscou viu as suas exportações de armas para a República Árabe do Egito despencarem de 75 milhões de dólares anuais para cerca de 30 milhões, enquanto os fornecimentos de armamento americano (negociados antes da chegada de Al-Sisi ao Poder), saltavam, no mesmo período, de 190 milhões de dólares para 585 milhões de dólares.

“O renascimento da cooperação militar entre a Rússia e o Egito deixará os dois países muito próximos, e não apenas em termos de entrega de material militar”, declarou ao The Moscow Times o especialista em comércio internacional de armas Vadim Kozyulim, “também em educação e treinamento para os militares egípcios, fornecimento de spare parts, upgrade e outros tipos de modernização no futuro”.

Competição – Para a indústria Sokol e o seu cinturão de fornecedores, a exportação dos Mig-29M representará, igualmente, um marco de recuperação, já que nos últimos anos a produção dessa empresa foi largamente superada pela produção da Corporação Sukhoi.

De acordo com o Moscow Times, nos últimos 25 anos a Sukhoi exportou nada menos do que 252 jatos de caça, faturando 15,4 bilhões de dólares (valor fechado no fim de 2015).

De seu lado, a companhia Sokol vendeu, no mesmo período, 185 Migs a clientes estrangeiros, obtendo uma receita bruta de 8,6 bilhões de dólares.
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Caças Mig-29 pertencentes à Força Aérea peruana

As margens de lucros das duas companhias não foram divulgadas pelo jornal.

A Sukhoi parece desfrutar de algumas vantagens importantes sobre a Mig.

Em primeiro lugar seus caças são maiores, mais potentes e adaptáveis às diferentes funções do moderno combate aéreo.

Em segundo há o problema da reputação internacional.

A Sokol tem lutado contra polêmicas em seus fornecimentos de maior porte, como a que se estabeleceu em torno de um contrato de 1,28 bilhão de dólares, fechado em 2008, para o fornecimento de caças Mig à Força Aérea da Argélia.

Os clientes argelinos apresentaram reclamações sobre a qualidade das aeronaves Mig, devolveram os aviões à Rússia e, para não ficarem mal com Moscou, foram em busca de jatos de combate SU-30, da Sukhoi…

Plano Brasil

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