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sábado, 21 de março de 2015

Estados Unidos cogitam reduzir apoio a Israel


Joan Faus

O Governo dos Estados Unidos deu na quinta-feira mais um passo em suas críticas à retórica adotada pelo primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, durante a sua recente campanha eleitoral. A Casa Branca abriu caminho para uma redução do seu sistemático apoio diplomático a Israel na ONU, depois de Netanyahu declarar, às vésperas da votação da terça-feira, que não permitiria a criação de um Estado palestino se fosse reeleito para um quarto mandato.

“As medidas que os Estados Unidos tomaram na ONU haviam se baseado nessa ideia de que a solução com dois Estados é o melhor resultado”, disse o porta-voz da Casa Branca, John Earnest, no seu encontro diário com jornalistas, logo depois de Netanyahu abrandar sua posição numa entrevista ao canal MSNBC. “Agora nosso aliado nesse diálogo disse que já não está mais comprometido com essa solução. Isso significa que teremos de reavaliar nossa posição a respeito desse assunto, e isso é o que vamos fazer de agora em diante.”

O porta-voz do presidente Barack Obama já havia falando em reavaliação na quarta-feira, mas sem mencionar seu possível impacto na ONU. Os EUA, graças a seu poder de veto no Conselho de Segurança, barram recorrentemente iniciativas em prol do reconhecimento de um Estado palestino.

Em dezembro, por exemplo, os EUA votaram contra uma proposta de resolução que exigia a desocupação israelense dos territórios palestinos até o final de 2017, acompanhada de uma negociação que se baseasse nas fronteiras anteriores à guerra de 1967.

Até agora, Washington justificava sua oposição a esse tipo de resolução argumentando que elas repercutiriam negativamente no processo de paz entre Israel e os palestinos. Um menor apoio norte-americano na ONU resultaria em um maior isolamento diplomático de Israel, num momento em que cresce também a oposição nos EUA e Europa à ampliação de assentamentos israelenses na Cisjordânia. Earnest disse que nenhuma decisão foi tomada até agora, mas salientou que no passado as decisões dos EUA sempre “protegeram Israel do isolamento na comunidade internacional”.

Em outro sinal do mal-estar norte-americano, o porta-voz minimizou as tentativas de Netanyahu de desdizer sua oposição a um Estado palestino. “O que parece é que, no contexto da campanha e enquanto foi primeiro-ministro de Israel, ele deu marcha a ré em compromissos que Israel adotara previamente com relação a uma solução com dois Estados”, disse Earnest. À MSNBC, Netanyahu havia declarado depois de reeleito: “Não quero uma solução com um só Estado, quero uma com dois Estados e que seja sustentável, mas as circunstâncias ainda precisam mudar para que isso seja possível”.

O presidente Obama conversou na quinta-feira por telefone com Netanyahu para cumprimentá-lo por sua vitória eleitoral e enfatizar a “importância” para os EUA da cooperação com Israel nos âmbitos militar, de segurança e de inteligência, segundo um comunicado da Casa Branca.

Ambos abordaram o “difícil caminho pela frente” na solução do conflito do Oriente Médio, e Obama reiterou o seu compromisso com uma solução que envolva dois Estados – um Israel “seguro” e uma Palestina “viável e soberana”.

Washington e Jerusalém mantêm uma estreita relação em matéria de segurança, mas o entendimento se debilitou nos últimos meses. A relação entre Obama e Netanyahu é tensa há tempos, mas o clima piorou ainda mais no começo do mês, quando o primeiro-ministro israelense criticou no Congresso dos EUA – onde foi convidado pela oposição republicana e sem avisar à Casa Branca – as negociações de Washington e outras cinco potências com o Irã a respeito de seu programa nuclear, cujo prazo para chegar a um acordo termina no fim deste mês.

Na conversa telefônica, a primeira depois do polêmico discurso no Congresso, o presidente norte-americano insistiu em que o objetivo é obter um acordo que impeça o Irã de obter uma arma nuclear e garanta de forma confiável à comunidade internacional a “natureza exclusivamente pacífica” do programa nuclear iraniano.

Fonte: El País

Crise com Netanyahu lança dúvida sobre promessa de Obama de “sempre apoiar Israel”

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, que certa vez chegou a declarar que “sempre apoiaria Israel”, pode estar repensando a promessa enquanto seus assessores avaliam as opções de resposta ao posicionamento do premiê israelense, Benjamin Netanyahu, que antes da eleição em seu país disse ser contra uma solução de dois Estados para o conflito no Oriente Médio.

Após Obama ter alertado à Organização das Nações Unidas (ONU) que iria “reavaliar” sua relação com Israel, o governo dos EUA passou a não somente reconsiderar a cobertura diplomática que há muito tem proporcionado a Israel, mas também a se debruçar sobre uma série de outras opções para exercer pressão sobre seu aliado histórico, disseram autoridades norte-americanas.

Os EUA consideram, entre as medidas possíveis, assumir um papel menos ativo na proteção de Israel em fóruns internacionais, assim como buscar novas maneiras para reforçar a mensagem de que os EUA se opõem à expansão dos assentamentos judeus em territórios ocupados.

À medida que as discussões prosseguiam nesta sexta-feira, a Casa Branca pareceu não ter pressa em amenizar os ânimos na pior crise das últimas décadas entre EUA e Israel, provocada pela declaração feita por Netanyahu durante sua campanha eleitoral de que nenhum Estado palestino seria criado enquanto ele estivesse no poder em Israel.

A Casa Branca deixou claro pelo segundo dia consecutivo ter pouca confiança nos esforços de Netanyahu em se retratar, após ter assegurado a vitória na eleição de terça-feira. O premiê israelense tem insistido que é a favor de uma solução de dois Estados, há muito uma questão basilar na política de paz para o Oriente Médio promovida pelos EUA.

Até agora, o governo dos EUA não deu nenhuma indicação de que pretenda transformar sua retórica agressiva contra Netanyahu em modificações efetivas de sua política em relação a Israel.

Isso tem levado alguns analistas a questionar se Washington está meramente encenando uma reação, de modo a colocar o líder israelense na defensiva à medida que se aproxima o prazo final, no fim de março, para o encerramento das negociações nucleares com o Irã, ferrenhamente combatidas por Netanyahu.

“O governo está colocando tudo sobre a mesa, exceto a assistência de segurança, e isso vai dar a Netanyahu tempo para retroceder em algumas de suas declarações de maneira mais credível”, disse Daniel Kurtzer, um ex-embaixador dos EUA em Israel. “Eu também não aceitaria nenhuma decisão que fosse tomada antes que a situação em relação às negociações com o Irã se tornasse mais clara.”

Uma autoridade dos EUA se disse cética em relação a qualquer mudança significativa no posicionamento de Washington em relação a Israel, argumentando que, apesar do incômodo da Casa Branca com Netanyahu, haveria um provável custo político muito alto a se pagar internamente com o descontentamento dos norte-americanos favoráveis a Israel.

“Eu simplesmente não acredito em um reposicionamento”, disse o representante do governo, que falou sob condição de anonimato devido à fragilidade das relações entre os EUA e Israel.

Entra os piores riscos sofridos por Israel está uma mudança da postura de Washington na ONU.

Os EUA bloqueiam os esforços dos palestinos para conseguirem obter uma resolução da ONU que reconheça a sua condição de Estado independente, inclusive com ameaças de veto, ao mesmo tempo em que protege Israel do isolamento internacional.

Mas os governos europeus, incentivados pelas declarações de campanha de Netanyahu, podem se unir em mais uma tentativa de forçar uma resolução.

Outra opção que está sendo considerada e que foi mencionada por um representante do governo dos EUA pode também se mostrar polêmica.

Um relatório a ser enviado nas próximas semanas pelo governo ao Congresso sobre as garantias de financiamento dos EUA a Israel, incluindo a quantidade de recursos a ser aplicada em assentamentos, pode conter uma linguagem crítica à expansão de novas construções em território ocupado na Cisjordânia.

Também, embora os EUA não devam reverter sua oposição à integração dos palestinos ao Tribunal Criminal Internacional no próximo mês, Washington pode se tornar menos vocal nas críticas à medida.

Arshad Mohammed
REUTERS
Fonte: Terra
Plano Brasil

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