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sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Sanções desgastam a influência dos EUA no mundo inteiro

Flynt Leverett e Hillary Mann Leverett
Há alguns dias os Leveretts analisaram os efeitos de sanções financeiras dos EUA e vários outros modos pelos quais os EUA irritam grandes países. Para aqueles professores, o caminho atual da política exterior dos EUA consumirá a hegemonia do dólar norte-americano e levará à destruição do “privilégio extraordinário” (de Gaulle) de que os EUA gozaram com a competência para imprimir a moeda de reserva do planeta. O desgaste político do dólar será sentido nos mercados de commodities e especialmente nos negócios de energia o que, por sua vez, gerará efeitos nas relações internacionais [Cresce o Petroyuan (e a lenta erosão da hegemonia do dólar norte-americano) redecastorphoto, traduzido]:

Olhando à frente, o uso do renminbi para pagar por compras internacionais de petróleo e gás com certeza aumentará, o que fará declinar mais rapidamente a influência dos EUA em regiões chaves da produção de energia. Marginalmente, o mesmo processo irá tornando mais difícil para Washington financiar o que China e outras potências emergentes veem como políticas abertamente intervencionistas – perspectiva que a classe política nos EUA ainda sequer começou a ponderar com seriedade.

Infelizmente, poucos ouvirão o que dizem os Leveretts. Mas agora Bloomberg aparece com o mesmo tema (Russia Sanctions Accelerate Risk to Dollar Dominance)

Embora ninguém esteja sugerindo que o dólar perderá seu status de principal moeda de comercial a qualquer instante, o seu status dominante já periclita. A fatia de dólares nas reservas globais já encolheu para menos de 61%, bem abaixo dos mais de 72% em 2001. Os sinais tornaram-se mais audíveis depois da crise financeira em 2008, evento que começou quando explodiu a bolha dos empréstimos podres para hipotecas de residências, e grandes nações dentre os mercados emergentes, inclusive a Rússia, passaram a conduzir mais negócios em suas próprias moedas.

“A crise levou a repensar o mundo denominado em dólar em que vivemos” – disse Joseph Quinlan, chefe estrategista de mercado do Fundo EUA do Bank of America, que administra cerca de $380 bilhões. “Esse desagradável evento entre a Rússia e o ocidente por causa de sanções, pode ser um acelerador na direção de um mundo multi-moedas”.

Yuan e o dólar norte-americano
Há uns cinco anos, nós já observávamos esse declínio do dólar norte-americano como moeda de reserva e seus efeitos:

Por muito tempo os EUA puderam tomar emprestado barato e pagar ainda menos em valor real, que o empréstimo original. Aquele privilégio agora está acabando. Os trilhões de que os EUA atualmente têm de tomar emprestados no exterior terão de ser integralmente pagos. Essa é mudança muito grande no status de potência global dos EUA, e fará reduzir seriamente a influência dos EUA em questões políticas internacionais.

A União Europeia, que tão estupidamente acrescentou sanções suas às sanções norte-americanas contra a Rússia, também está se autoagredindo:

Interdependência financeira é poderosa oportunidade para diplomacia coerciva.
Mas a mensagem não planejada que os líderes europeus enviam é que a interdependência financeira é fonte de vulnerabilidade, que países como a Rússia, mas também China, Irã e outros, bem farão se evitarem.
...
As sanções financeiras da Europa contra a Rússia também acrescentam incentivos para que os países cuidem de criar arranjos que reduzam a interdependência financeira.

Sobretudo, aqueles incentivos só aumentarão, se as sanções forem bem-sucedidas. Ainda que a Europa encoraje o governo russo a mudar sua política para a Ucrânia, o governo russo responderá, no longo prazo, sempre procurando arranjos financeiros que o deixem menos exposto a tal coerção.

Será?
Decorrerão anos até que o dólar perca seu status de moeda de reserva, mas o declínio já é visível. Mais e mais negócios estão sendo feitos em condições de bilateralidade entre parceiros e nas respectivas moedas, e pagos por fora dos canais financeiros que os EUA tentam sancionar, bloquear, espionar ou criminalizar.

A política externa dos EUA – que só sabe depender de sanções, pressões e guerras – está serrando o galho (alto) no qual os EUA estão pousados.

Redecastorphoto

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