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terça-feira, 22 de abril de 2014

EUA quer utilizar a China para conter a Rússia

A China nunca seguirá às cegas uns conselhos dos EUA no sentido de conter a Rússia, anunciaram peritos russos que têm examinado mudanças que se verificam na configuração do trio Rússia-EUA-China no contexto da crise ucraniana.

Uma nova vaga de discussões surgiu após uma réplica do chefe da comissão parlamentar para os assuntos internacionais, Alexei Pushkov, dirigida ao periódico New York Times depois de um artigo publicado no domingo.

“Se os EUA acreditam que a China possa vir jogar um determinado papel no processo de contenção da Rússia, tal me parece um engano ou até um absurdo”, retorquiu o ilustre político russo no seu micro-blog no Twitter. O artigo divulgado pelo New York Times constata que o presidente, Barack Obama, a fim de isolar a Rússia à escala mundial, tenciona convidar para o efeito a China, um tradicional parceiro da Rússia no Conselho de Segurança da ONU.

Enquanto isso, o orientalista Alexander Larin qualificou de “pensamento da Idade de Pedra” uma eventual tentativa de manipular a China na arena internacional:

“Utilizar a China para conter a Rússia me parece uma ideia louca. A Rússia e a China são aliados estratégicos que mantêm as relações estreitas e únicas no género, sem análogos no mundo inteiro. Por isso, seria absurdo supor que a China se envolvesse nesse processo de dissuasão. Até o verbo “utilizar” não convém muito bem nesse contexto, por a China ser uma das duas superpotências que leva a cabo uma política externa independente. Por isso, a China não pode ser “usada ou utilizada”. Além disso a China se destaca por uma diplomacia muito fina, sagaz e inteligente. Os seus dirigentes têm optado pelo rumo de desenvolvimento autónomo e uma política externa independente. Claro que, por essa razão, eles nunca aceitarão cenários em que lhes seja reservado um papel de fantoches”.

Washington tem praticado um “jogo duplo”, injectando mediante a mídia sob o seu controle, uma tese de “utilização da China no seu jogo contra a Rússia, sustenta o politólogo, Serguei Mikheev:

“É um postulado absurdo. Certamente, a China e os EUA estão interligados em termos econômicos. Mas os chineses compreendem muito bem a atitude real dos americanos para com o seu país. Os EUA encaram a China como o principal concorrente no século XXI. Foi por isso que transferiram o pólo de sua doutrina militar para o Oceano Pacífico. Isto significa que a contenção da China tem sido uma prioridade para os EUA. O resto não passa mais de uma “capa”. Em segundo lugar, se a China perder na pessoa da Rússia um parceiro estratégico, ficará a sós com os EUA. Não creio que a esse respeito Pequim tem certas ilusões. Assim, a utilização da China para a contenção da Rússia se afigura como uma tarefa fantástica”.

Tal tese é ainda por cima ingénua. Surgiu na véspera de um périplo de Obama pelos países asiáticos. O chefe da Casa Branca deverá visitar o Japão, a Coreia do Sul, a Indonésia e as Filipinas. É evidente que Obama se esforçará por acalmar os aliados e provar a sua disposição de reforçar a sua segurança à luz do poderio militar crescente da China. Por outro lado, é obvio que, não obstante as declarações, os EUA não pretendem entrar em confrontação com a China em prol dos interesses dos seus aliados asiáticos. Barack Obama precisa de explicar a Tóquio e às outras capitais por que é que as promessas de apoiar os aliados nem sempre são postas em prática. Nesse contexto, o convite de participar na contenção da Rússia pode ser visto como uma fraca justificativa da política dos EUA nessa vertente.

Fonte: Voz da Rússia

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