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sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

CEAFAR: o segredo da Navantia para o Prosuper

ALIDE descobriu com exclusividade que a Navantia Espanhola que está ofertando três configurações distintas de fragatas na concorrência internacional da Marinha do Brasil para novos navios de superfície, o Prosuper. Neste programa a MB pretende adquirir um navio logístico, cinco navios patrulha além de cinco modernas fragatas multifunção de cerca de 6000 toneladas de deslocamento.

Em todas suas declarações e comunicações com a imprensa brasileira, até aqui, os representantes da empresa espanhola repetidamente se dedicaram a defender a superioridade tecnológica e operacional do sistema AEGIS de defesa aérea naval produzida pela Lockheed americana. Este sistema equipa as fragatas vendidas anteriormente para as marinhas da Espanha e da Austrália. A mensagem era que o AEGIS era incomparável tecnicamente, sendo assim a melhor solução para os requerimentos futuros da MB.
Estas assertivas, no entanto, foram sempre confrontadas com as inevitáveis perguntas subsequentes sobre a real possibilidade deste sistema vir a ser ofertado com um pacote de efetiva Transferência de Tecnologia pelos americanos. Transferência esta que, principalmente, conseguisse atender os exigentes objetivos do Ministério da Defesa para a capacitação da indústria nacional de defesa.

No entanto, nesta semana ALIDE descobriu que a Navantia guardou um ás na sua manga.
Foram inicialmente oferecidas à MB a fragata F-105 (mais recente versão da provada classe Álvaro de Bazán) com o radar SPY-1D, e também uma versão da fragata norueguesa Fridtjof Nansen, mais leve e equipada com o radar menor e menos capaz da família AEGIS, o SPY-1F.
Ambos estes navios foram configurados com mísseis antiaéreos de longo alcance Raytheon Standard SM-2 e/ou ESSM de médio alcance.

A terceira proposta, uma totalmente desconhecida até agora, quebrou por completo este molde hispano-americano ao casar um casco padrão da fragata F-105 com um novo mastro com as antenas modulares do radar australiano CEAFAR. Este radar AESA naval opera na banda S e foi desenvolvido pela empresa CEA Technologies, que, no entanto, conta com uma participação da americana Northrop Grumman neste programa. Segundo a documentação da Navantia, um avião de patrulha marítima pode ser identificado pelo CEAFAR a mais de 350km de distância do navio. Este modelo, ainda que com um alcance e potência inferior às duas opções “puro-sangue” americanas, ainda sim, seria mais capaz do que qualquer outro radar proposto pelos demais estaleiros participantes do Prosuper para seus navios.
Com esta terceira opção também foi aberta a porta para a Navantia propor mísseis Aster 15 e 30 da corporação européia MBDA, o mesmo modelo que equipa as duas variantes da fragata FREMM.Os mísseis Aster, segundo várias fontes de ALIDE, aparentam ser, até aqui, a preferência tecnológica da MB. Para conseguir integrar este novo sistema de mísseis no casco da F-105 toda a parte de atualização da trajetória dos mísseis Aster (up-link) será controlada e coordenada por um módulo transmissor independente do radar fornecido pela própria MBDA.

Como parte do programa de modernização de meia vida Anti-Ship Missile Defence (ASMD) o CEAFAR foi instalado em conjunto com os mísseis Enhanced Sea Sparrow Missile na fragata australiana HMAS Perth, uma das oito MEKO da classe ANZAC em serviço naquela marinha. As antenas do sistema complementar de comunicação com os mísseis americanos CEAMOUNT não são necessários com a escolha do míssil Aster. O radar ficou em testes até julho de 2011 e em novembro deste mesmo ano foi anunciado o contrato de 650 milhões de dólares australianos para a modernização dos demais navios desta classe. Para poder disparar os mísseis Aster o casco padrão da F-105 será modificado substituindo o lançador vertical americano Mk-41 pelo seu equivalente europeu Sylver. Quatro lançadores Sylver A50 podem transportar e lançar até 32 mísseis por navio.

O sistema CEAFAR inova ao se basear em um conjunto de “lajotas” modulares de elementos transmissores e receptores que podem ser combinadas livremente em painéis com o tamanho passível de caber na área da superestrutura disponível em cada modelo de navio. Na instalação escolhida para as fragatas ANZAC australianas foram usadas seis antenas, cada uma delas com 16 “lajotas” transmissoras/receptoras. No caso do casco da F-105 seriam usadas apenas quatro antenas, mas, com 64 lajotas em cada uma, totalizando uma potência e um alcance bem maiores.

Fonte: ALIDE/Plano Brasil

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