Em vez de combater o inimigo com grande quantidade de tropas, robôs conseguem realizar golpes pontuais Foto: RIA Nóvosti
Robôs multifuncionais fazem parte do programa estatal de armamento do Exército russo entre 2016 e 2025. Otimização dos complexos robóticos conforme as tarefas e controle rígido de operação serão principais desafios para sua integração ao aparato militar.
Durante discurso na 9a Exposição Internacional de Armamento, Equipamentos Militares e Munições, realizada em Níjni Taguil na semana passada, o vice-primeiro-ministro russo Dmítri Rogózin declarou que o progresso tecnológico deverá eliminar as divisões entre os meios naturais para os militares. “Os equipamentos destinados à aviação, por exemplo, deverão ter plena capacidade de atingir o nível da estratosfera”, disse Rogózin.
O programa de desenvolvimento robótico aprovado pelo Ministério de Defesa prevê o envolvimento de 40 empresas, embora a criação de um centro especializado apenas em desenvolvimento de robôs ainda não faça parte dos planos do governo. “Os sistemas robóticos aumentam o nível de eficiência de outros equipamentos militares”, afirma Vassíli Buriónok, doutor em engenharia e desenvolver de robôs.
Em vez de combater o inimigo com uma grande quantidade de tropas, a ideia é basear as novas campanhas militares em golpes pontuais, utilizando vários tipos de forças armadas simultaneamente. Sua principal tarefa consiste na criação de robôs para o uso nos diferentes quadros do Exército, seja nas forças aéreas, terrestres ou submarinas.
“Hoje em dia, o vencedor da batalha não é aquele que possui os equipamentos mais modernos, mais rápidos ou mais potentes, mas aquele que consegue coordená-los com maior eficiência”, concorda Andrei Zórin, diretor geral do Instituto de Pesquisa Científica e Tecnologia “Progress”. Após a fusão com o fabricante de armamentos Kalashnikov, o “Progress” ocupará a posição da maior empresa russa de desenvolvimento robótico para os fins militares.
Ainda em 2009, a empresa investiu recursos próprios no desenvolvimento de uma máquina de controle remoto destinada a facilitar as atividades de exploração militar nas tropas especiais do Exército. No ano seguinte, o equipamento foi submetido a testes e, depois de aprovado, o seu fornecimento foi iniciado em 2011.
Tudo indica que o processo de integração dos robôs será acompanhado pela constante modernização dos equipamentos elaborados. No entanto, alguns especialistas temem que o desenvolvimento tecnológico e aparecimento de máquinas mais inteligentes podem levar a uma transformação da percepção humana sobre as atividades militares.
“A perspectiva de criação de robôs com autonomia total e mecanismos de inteligência artificial integrados que sejam capazes de tomar as decisões por conta própria, inclusive relacionadas à eliminação de alvos humanos a fim de atingir os objetivos estabelecidos pelo operador, apresenta uma ameaça ainda maior à humanidade devido à criação das barreiras adicionais entre os agressores e suas vítimas e à redução dos limites de tolerância que seguram o início de ações militares”, contrapõe Buriónok.
Gazeta Russa
sexta-feira, 4 de outubro de 2013
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Desenvolvimento robótico deve distorcer percepção humana sobre guerras
Desenvolvimento robótico deve distorcer percepção humana sobre guerras
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O ser humano ainda continua o meio material mais barato para ser explorado seja nas guerras ou nas empresas, se assim não o fosse tudo hoje seria feito pelas máquinas. As empresas ainda não automatizou tudo pelo simples fato que é mais barato a exploração da mão de obra humana. Penso que para acontecer o que o presente artigo relata ainda demorará muitos e muitos anos, pode acontecer em alguns casos isolados mas não de forma ampla porque, como disse, é mais barato colocar um soldado na guerra do que gastar milhões para a construção de um robô para tal feito!
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