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quinta-feira, 6 de junho de 2013

Embaixador de Israel diz que Turquia quer controlar mundo árabe

O embaixador israelita em Portugal, Ehud Gol, considerou hoje que a Turquia quer controlar o mundo árabe, numa "nova versão do império otomano", numa altura em que se assiste à fragmentação dos países árabes.

Numa "aula aberta" no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (ISCSP), em Lisboa, Ehud Gol sublinhou que se está a "assistir à fragmentação do mundo árabe, que vários atores internacionais tentam aproveitar" em seu benefício.

O embaixador de Israel em Lisboa referia-se à situação política nos países árabes, que viveram a chamada 'primavera árabe', como a Tunísia, o Egito, a Líbia ou a Síria.

"Israel quer ver uma verdadeira 'primavera árabe'", com uma democratização da sociedade, mas os eventos em curso são confrontos entre duas correntes do Islão: xiismo e sunismo.

"A situação mais difícil [para Israel] é a norte. A guerra na Síria parece local, mas é regional. O principal problema não é o que fará o Irão e o seu potencial nuclear", disse.

"E com o colapso da Síria, quem nos vai garantir que as armas químicas e biológicas (usadas pelos dois lados) não vão cair nas mãos do [movimento xiita libanês] Hezbollah?", afirmou.

Gol aproveitou a ocasião para "explicar" o papel da Turquia.

"O primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, percebeu a falta de liderança no mundo árabe e decidiu tomar uma atitude. Enquanto a praça Taksim está a arder, ele está no norte de África e, em seguida, vai a Gaza para tentar fortalecer a sua popularidade no mundo árabe", sublinhou.

Ehud Gol referia-se aos confrontos que começaram após a repressão policial dos manifestantes contra um projecto urbanístico, e, entretanto, se transformaram numa mais vasta contestação ao Governo, acusado de tentar islamizar a sociedade turca e de cortar as liberdades cívicas. Até agora, morreram duas pessoas e três centenas ficaram feridas.

O embaixador acrescentou duvidar que haja qualquer alteração das relações entre Israel e a Turquia "enquanto Erdogan for primeiro-ministro".

Mas Gol não deixou de mencionar a situação nos restantes países, alertando para a crescente "islamização" da sociedade, um perigo para o Estado judaico, mas também para a região, porque "em vez do mundo árabe entrar num processo de democratização – uma verdadeira 'primavera árabe' – está a braços com uma guerra civil entre movimentos religiosos e contra os direitos humanos.

Sobre a questão palestiniana, Ehud Gol considerou que as negociações não avançam porque os palestinianos estão numa "posição confortável", evitando sentar-se a negociar e impondo condições prévias.

A vitória do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, nas eleições de 2009 foi a desculpa dos palestinianos para não voltarem às negociações, na opinião do embaixador isrealita, que lembrou o longo processo negocial, desde a Guerra dos Seis Dias, em 1967.

Ehud Gol lamentou ainda que Portugal "ponha todos os ovos no cesto árabe", criticando os governos portugueses por não apostarem numa aproximação a Israel.

"Se há algo em que falhei foi em convencer os governos portugueses a investir em Israel e numa aproximação em Israel", acrescentou.

Em Portugal desde Janeiro de 2009, Ehud Gol regressa a Israel em Agosto próximo.

Agência Lusa/SOL

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