Portugal prepara greve geral após três protestos em 15 dias - Noticia Final

Ultimas Notícias

Post Top Ad

Responsive Ads Here

Post Top Ad

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Portugal prepara greve geral após três protestos em 15 dias

Portugueses em uma das ruas que dá acesso ao terreiro do Paço - Branco Di Fátima

A paciência dos portugueses com a austeridade parece ter chegado ao limite. Em 15 dias foram realizadas três grandes manifestações em Lisboa. Na tarde do último sábado (29), cerca de cem mil pessoas lotaram o Terreiro do Paço, no coração da capital, de acordo com o jornal Correio da Manhã. Uma greve geral deve ser agendada ainda para este ano. A data da paralisação dos trabalhadores será definida no dia 3 de outubro pela maior central sindical do país.

O protesto deste sábado, convocado pela Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses (CGTP), teve a participação de diversos setores da sociedade civil. A polícia, que foi criticada por ações truculentas em outras manifestações, desta vez aderiu ao protesto e foi aplaudida pela multidão. Segundo o coordenador dos sindicatos das Forças de Segurança, Paulo Rodrigues, “os polícias irão demonstrar o seu descontentamento e também dizer que estão ao lado de todos os cidadãos”.

O secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, frisou que a “manifestação é de todos aqueles que se sentem injustiçados, desrespeitados e que exigem respeito e dignidade”. Em seu discurso, o líder sindical ainda pediu a demissão imediata do primeiro-ministro de Portugal, Pedro Passos Coelho. “De que está à espera para se ir embora? Vá e leve esta política o mais depressa possível”, enfatizou.

A manifestação de sábado aconteceu mesmo após Passos Coelho recuar com a proposta de aumentar 7% na Taxa Social Única (TSU) dos trabalhadores. O plano do primeiro-ministro também previa abaixar de 23,75% para 18% a contribuição das empresas. A proposta foi duramente criticada pelos partidos da oposição, sindicatos e empresários. O ex-presidente de Portugal, Mário Soares, chegou a declarar que se Passos Coelho insistisse na mudança “não havia outra maneira se não o governo cair”.

Últimas Manifestações
Protesto em Portugal - CGTP/Divulgação

Ao que tudo indica, os portugueses estão convencidos de que protestar compensa, num momento em que o Banco de Portugal destaca um recuo de 5,6% no consumo interno. A voz das manifestações dos dias 15 e 21 de setembro foi ouvida pelo primeiro-ministro, que abandonou a proposta de mudança na TSU e procura agora a saída da crise na criação de um novo imposto.

A maior manifestação aconteceu no dia 15 de setembro, quando cerca de meio milhão de pessoas, segundo os organizadores do evento, encheram as ruas de Lisboa. Outras 40 cidades registraram protestos na mesma data. O destaque ficou com o Porto, no norte do país, com mais de cem mil manifestantes.

O deputado do Bloco de Esquerda, João Semedo, destacou que o recuo na TSU é o resultado da insatisfação popular com as medidas de austeridade propostas pelo primeiro-ministro. “Não tenho dúvidas que esta mudança aconteceu, não por causa do governo, mas por causa das manifestações”, disse em entrevista ao jornal I.

Mesmo com o caráter pacífico que tem marcado os protestos em Portugal, com poucos incidentes registrados pela polícia, os ministros de Estado começaram a ser acompanhados por guarda-costas em eventos oficiais. O alerta de perigo do governo subiu de zero para três, nunca escala em que o nível máximo de ameaça é cinco. A decisão, que ganhou destaque na imprensa nacional, não acontecia desde a década de 1980.

Para esta semana estão previstas novas manifestações e greves setoriais. Os maquinistas de trem começam nesta segunda-feira (1°) uma paralisação parcial de quatro dias. Na sexta-feira (5), feriado português de Implantação da República, a previsão é que a interrupção seja o dia inteiro.

Para o presidente do Sindicato dos Maquinistas, António Medeiros, o governo e a Comboios de Portugal (empresas responsável pelo transporte ferroviário) “estão a colocar-nos numa situação de espoliação dos nossos salários, das nossas condições de vida e da nossa dignidade. Não podemos aceitar esta indignidade a que nos estão a sujeitar”.


AI Noticia

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Post Top Ad