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segunda-feira, 23 de julho de 2012

Damasco rejeita proposta da Liga Árabe de saída de Assad do poder

Manifestantes sírios queimam um poster de Bashar Al Assad em frente a embaixada russa na Romenia

Governo sírio afirmou que utilizará seu arsenal de armas químicas contra qualquer tipo de intervenção militar no país

O futuro da Síria parecia estar incerto desde que forças da oposição invadiram Damasco no início da semana passada e conseguiram realizar atentado contra a sede da Segurança Nacional, deixando quatro importantes oficiais mortos. Até este domingo (22/07), o presidente sírio ainda não havia se pronunciado, o que alimentou diversas especulações sobre seu paradeiro, incluindo que ele estaria travando negociações de sua saída.

Nesta segunda-feira (22/07), no entanto, ficou claro que o presidente sírio não está pronto para deixar o poder. Em comunicado oficial, o porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da Síria, Jihad Makdissi, afirmou que seu governo rejeitou a proposta de negociação da Liga Árabe. Os países membros do grupo ofereceram uma saída segura ao presidente sírio e a sua família em reunião nesta segunda-feira (23/07) em Doha, no Catar, que foi logo descartada por Assad.

“Essa decisão apenas cabe ao povo sírio, que são os únicos senhores do seu destino”, disse Makdissi que também afastou a suspeita, levantada pelo secretário de imprensa do Pentágono dos Estados Unidos na semana passada, de que seu governo iria utilizar armas químicas contra a população síria. O porta-voz sírio, no entanto, disse que o governo está preparado para usar seu arsenal químico contra qualquer tipo de intervenção externa.

Makdisse se referiu à resolução apoiada por Alemanha, França e Estados Unidos no Conselho de Segurança da ONU que menciona o capítulo VII da Carta, permitindo a intervenção militar no país. Esta possibilidade, no entanto, parece estar longínqua, pois a medida não encontra aprovação entre Rússia e China que vetaram pela terceira vez na última quinta-feira (19/07) o texto.

A reação do governo Sírio e da União Europeia

Durante combates no final de semana, o governo sírio reagiu à ofensiva da oposição e retomou controle de bairros de Damasco e de cidades fronteiriças. O presidente sírio pediu ao novo chefe das Forças Armadas neste domingo (22/07) para perseguir os terroristas do país.
Tropas do governo sírio entram em batalha contra forças da oposição na capital síria, Damasco

Enquanto o conflito se intensifica na Síria, potências europeias buscam novas soluções para pressionar o governo de Assad. A União Europeia anunciou nesta segunda-feira (23/07) um novo pacote de sanções a fim de pressionar o governo de Assad.

Os representantes dos países membros decidiram em reunião em Bruxelas que as 27 nações do bloco devem investigar todos os aviões e navios suspeitos de levar armas e outros equipamentos banidos à Síria. A União Europeia também congelou os ativos e vistos de mais 26 pessoas, que não foram identificadas à mídia. Além disso, o grupo proibiu empresas europeias de negociarem com outras três entidades sírias.

É a 17ª vez que o bloco europeu aprova um pacote de sanções contra o governo de Assad. Com este novo plano, o número total de pessoas submetidas às medidas subiu para 155 e de entidades que sofrem com embargos para 52.

A medida vem depois da divulgação de documentos pelo Wikileaks no início do mês que demonstraram o envolvimento de uma empresa italiana na venda de equipamentos utilizados pelo governo sírio na repressão dos opositores de Assad.

Crise humanitária

Em decorrência da intensificação do conflito, a crise humanitária no país se agravou durante os últimos dez dias. No final da semana passada, cerca de 30 mil pessoas cruzaram a fronteira do país com o Líbano e cerca de um milhão de pessoas já se deslocaram internamento, segundo dados da Acnur (Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados).
Refugiados sírios atravessam a fronteira com o Líbano

Além de oferecer uma proposta de negociação a Assad, a Liga Árabe também anunciou o envio de 100 milhões de dólares em ajuda para os refugiados sírios que estão nos países vizinhos.

A União Europeia também lembrou a difícil situação humanitária do conflito e disse que contribuirá com 24 milhões de dólares, segundo a Efe. “Temos que seguir trabalhando com os países vizinhos que recebem os refugiados sírios, especialmente Turquia, Líbano e Jordânia, mas também o Iraque”, disse Catherine Ashton, chefe da diplomacia do bloco europeu segundo a agência Efe.

Soldados sírios entram em território libanês em busca de opositores do regime de Bashar al Assad

Policiais de fronteira alegaram que comboio com 20 oficiais chegou a examinar casas de moradores do Líbano

As tropas sírias entraram neste domingo (22/07) por duas vezes no Líbano e bombardearam a zona fronteiriça de Al Yura. Em entrevista à agência Efe, policiais libaneses informaram que, no mesmo local também teriam inspecionado diversas residências.

Uma unidade síria, composta por vinte soldados, entrou pela passagem mais próxima da cidade de Qaa. Horas depois, outro grupo de soldados sírios voltou a entrar nesta região e explodiu a casa de um cidadão libanês. Os motivos da ação não foram revelados.

Este tipo de incursão das forças sírias começou a ser praticado com frequência desde o início da rebelião contra o regime de Bashar al Assad, em março de 2011. A segurança no Líbano piorou nos últimos meses, nos quais ocorreram sequestros, ataques das forças sírias e enfrentamentos armados entre opositores e seguidores de Assad em Trípoli.

A Síria acusa "grupos terroristas" de organizar do Líbano ataques contra suas tropas e enviar armas aos insurgentes.

Opera Mundi

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