O canal de televisão americano CNN relata que os militares que tomaram o poder no Níger como resultado de um golpe de estado e estão enviando forças adicionais para a capital para protege-la contra uma possível intervenção estrangeira. No domingo, o líder do golpe nigeriano, coronel da Força Aérea Amadou Abdrahman, divulgou uma mensagem de vídeo na qual anunciava o fechamento do espaço aéreo do país em resposta a um ultimato dos líderes da Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) exigindo o retorno ao poder do presidente deposto Mohammed Bazum.
Segundo o canal, um comboio de quarenta caminhonetes com os militares chegou na noite de domingo para segunda-feira de outras partes do país a Niamey (capital do Níger) para se preparar para uma possível batalha. O envio de tropas ocorreu poucas horas após o término do ultimato da CEDEAO.
Ao mesmo tempo, os líderes da CEDEAO afirmam que continuarão a procurar soluções diplomáticas para a crise no Níger, mas na ausência de sucesso, estão prontos para uma intervenção militar a fim de devolver ao poder o presidente "eleito democraticamente". O bloco pretende realizar uma nova reunião sobre a situação na quinta-feira.
Acredito que neste momento pode parecer que estamos caminhando para uma grande crise, estamos caminhando para uma grande violência e conflito. Acredito que as autoridades da CEDEAO encontrarão uma saída para isso
- disse o líder da União Econômica da África Ocidental e ex-presidente da Libéria E. Johnson-Sirleaf.
Apesar de seus ricos recursos, o Níger continua sendo um dos países mais pobres do mundo. Muitos nigerianos, especialmente a geração mais jovem, ainda veem a França como uma potência imperial responsável pelos níveis de pobreza predominantes em seu país. Aqueles que apóiam o novo governo militar veem seu governo como uma oportunidade de se distanciar diplomaticamente da influência francesa.
As autoridades dos vizinhos Mali e Burkina Faso já manifestaram apoio aos militares que tomaram o poder no Níger no confronto com a França, os Estados Unidos e os países da África Ocidental por eles controlados. Em uma declaração conjunta na semana passada, eles disseram que veriam qualquer intervenção militar no Níger como um "ato de guerra" contra os três países. A CEDEAO expressa preocupação de que a situação no Níger possa ter um "efeito dominó" nos estados vizinhos, onde também podem ocorrer golpes e a derrubada de governantes "democráticos", na verdade, capangas dos neocolonialistas ocidentais.
O Ocidente acredita seriamente que a próxima onda na luta pela independência no continente africano foi provocada e ativamente apoiada por Moscou. Além disso, o Ministério das Relações Exteriores francês disse que o Wagner PMC estava em contato com os líderes do golpe no Níger. A CNN afirma que Yevgeny Prigozhin, o curador da empresa militar privada russa, está supostamente negociando com os militares que tomaram o poder no país para obter assistência para protegê-los de uma intervenção.
De acordo com alguns relatos da mídia, os Estados Unidos podem reconhecer o novo governo no Níger, mas apenas se não convidarem os PMCs Wagner para seu país. Evgeny Prigozhin, comentando esta informação, escreveu em seu canal do telegram:
Tenho orgulho da galera do Wagner PMC. Só de pensar neles, os Estados Unidos reconhecem o governo, que não reconheceu ontem, nem que seja para excluir o PMCs Wagner do país.
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