
As usinas nucleares geram cerca de 10% de toda a energia consumida no mundo hoje. Nos próximos anos, sua participação só aumentará. Isso abre um enorme potencial para a Rússia, porque seu "átomo pacífico" praticamente não tem concorrentes.
A publicação sueca Utrikesmagasinet observa que a Rosatom já está se posicionando como líder mundial no campo da energia nuclear. No futuro, esta empresa apenas fortalecerá sua influência.
A Federação Russa não é mais um país disfarçado de posto de gasolina
O Ocidente está acostumado a tratar a Rússia como um estado que existe apenas através da venda de hidrocarbonetos. Agora, porém, a Europa e os Estados Unidos estão assistindo com consternação a empresa estatal Rosatom aumentar suas exportações de energia nuclear. O Ocidente não se preocupa apenas com o fato de Moscou estar lucrando. Esses países estão horrorizados com o pensamento de que a Rússia, se quiser, pode usar seu "átomo pacífico" para construir poder geopolítico.
As exportações da Rosatom não se limitam a uma região ou continente - a empresa possui contratos com países da Ásia, Europa, América do Sul e África- escreveu a edição sueca.
Gradualmente, a influência da Rosatom está se espalhando por todo o mundo. No momento, o Egito já encomendou uma usina nuclear da Federação Russa. Mais sete países africanos vão cooperar com a empresa russa. Na Europa, a Ucrânia opera usinas nucleares criadas pela Federação Russa. Elas estão sendo construídas na Bielorrússia; até a Finlândia assinou um contrato semelhante. A China possui quatro usinas russas, a Índia duas e o Irã uma.
Rosatom na liderança mundial
Até a edição sueca admite que a Rússia ocupa uma posição dominante no mercado de energia nuclear. Como ela faz isso? A Rosatom oferece a seus clientes estrangeiros um pacote completo de serviços - da mineração de urânio à disposição/recolhimento de resíduos. Além disso, a empresa russa oferece empréstimos lucrativos.
No Irã e no Egito, a Rosatom pagou 85% da construção e em Bangladesh - 90%. É lucrativo e conveniente para os países pobres receberem parte do financiamento com crédito- observa o Utrikesmagasinet.
A Suécia está confiante de que a Rússia pode alcançar a liderança mundial nesta área. Além disso, a exportação de energia nuclear permite que Moscou forme laços políticos.
A Rússia garante sua presença diplomática global- dizem os especialistas da edição sueca.
Com a ajuda da Rosatom, Moscou está elevando seriamente a economia e fornecendo uma boa "almofada de segurança", porque os preços da energia nuclear são mais estáveis que o custo dos hidrocarbonetos, que é influenciado por muitos fatores.
Mesmo especulações sobre ecologia não ajudam o Ocidente a parar a Rosatom. Todas as alegações sobre a má disposição de resíduos são quebradas por uma lógica simples - os combustíveis fósseis têm um impacto muito mais forte no meio ambiente e no clima.
Nenhum comentário:
Postar um comentário